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domingo, 25 de março de 2012

Nota

Oi gente, como estão vocês nesse domingo tao gostoso ?
Bem, eu estou mais ou menos, mais ou menos porque estou postando aqui uma notícia não muito boa, mas também não é completamente ruim.
Desde que postei meu ultimo texto, hoje é a primeira vez que entro no blog. De verdade. Contando que eu sempre entro, nem que seja para dar uma olhada rápida. Pois é, acontece que estou em ano de vestibular, fazendo cursinho e o terceiro ano, só o que penso é em estudar, estudar e estudar. E ainda estou em duvida do que vou prestar... ou seja, nem sei que matérias especificas devo estudar...  Mas isso não tem nada a ver com nenhum de vocês leitores, não é ?
A verdade é que estou sem tempo de postar no blog. Meu despovoado tumblr já esta desativado desde as férias, o twitter também, e o blog entro cada vez menos. A unica coisa que ainda dou uma olhada todo fim de semana é no facebook.  Enfim, quero deixar bem claro que não pararei de escrever,pois não sei ficar sem escrever, só estou escrevendo menos. No momento estou me dedicando cem por cento ao vestibular e por isso, entrarei aqui com menos frequência, mas continuarei tentando responder aos comentários e postando textos.  Queria pedir a compreensão de vocês e que os meus tao queridos seguidores não me abandonem. Tentarei colocar alguma coisa aqui na semana santa. Bjos , fiquem com deus e se cuidem.

sábado, 3 de março de 2012

Venha como você é.



Cansada de lutar contra a falta de sono, Samantha levantou-se aturdida. Olhou as horas no celular em baixo do travesseiro: 01:15. Ela suspirou. Zonza, foi até a cozinha e tomou um copo de café, já frio, feito na tarde anterior.
Sua mente divagada longe. Como ela havia parado no meio de tanta gente intolerante. Como a maioria dos seus amigos tinha acabado se tornando aquilo que ela sempre desprezou?
Samantha mordeu os lábios. Aonde ela tinha perdido o caminho? Será que virou uma esquina errada, há um tempo atrás e quando viu, já estava tragada no meio desse mar de coisas que ela não queria por perto: Uma falsa impressão, uma amizade que leva a outras, e de repente ela estava rindo das coisas que ela sempre abominou. Pior, fazia parte delas.
Mas tudo aquilo era contra a sua natureza. Quando pequena, assistia ao pai ajudar até aqueles que a ele fizeram mal. De bobo ele já foi chamado por estúpidos que não conheciam a nobreza e bondade de uma rara alma humana, ate superior.Ele não gostaria de ser chamado disso, de superior, porque ele sabe que todos somos iguais,todos somos meros humanos, do mendigo ao presidente. Quando criança a imaturidade não a deixava ser como ele. Quando cresceu e conheceu o mundo, tudo que queria era ter aquela alma boa. E conseguiu. Por mais que Samantha ainda achasse que nunca fez bem o suficiente. E então se embolou na vida e se perdeu em um caminho sinuoso. Deixou tudo para trás. Até se achar num beco sem saída e querer voltar.
Da escuridão gelada, uma mão a puxou, e quando nesta mão segurou a dela, ela viu tudo o que deixou escapar. Viu aonde se perdeu e achou o caminho de volta. Viu que aconteceu com ela o que já havia acontecido com pessoas próximas.
A Deus, Samantha pediu força. Pediu para ele levá-la de volta de onde nunca deveria ter saído. Viu como as coisas eram belas antes de se perder. Mas guardou do caminho da sinuoso. Por incrível que pareça, lembranças boas . de tudo que foi bom enquanto durou.
Talvez ela precisasse de tudo aquilo. Para ver que era forte suficiente para voltar, pra não deixar se enganar, para não mudar a essência que tinha dentro do coração dela. E essa essência nunca mudou. Amadureceu. Sua essência entornou como uma gota de água , quando tudo aquilo foi mais do que sua alma podia aquentar. Ela queria paz.
Agora ela conseguiu, pois percebeu seu erro: Fingir que não se importava com o que falavam dela, quando na verdade se importava, e muito. Ela ligava para opiniões de inúmeras pessoas que julgavam dezenas errado, e ela sabia disso. Pessoas que pensavam ser donas do mundo. Pobre elas, que vivem em seu mundinho tão pequeno perto da imensidão de pessoas desse planeta. Samantha estourou a bolha que a prendia, e por mais que quisesse estourar a de outras pessoas , ela não podia. Pessoas que tinha a essência boa mas que ainda estavam nos mesmos caminhos sinuosos de uma imaturidade vitalícia e uma bolha bem fechada. Que tinha que estourar por elas mesmas.
Deixou para lá o fato de não conseguir mudar o mundo. Agora realmente ela não se importava com o que falavam. E ela sabe muito bem o que falam e quem fala. Sabe que falam pior do que imagina. Mas ela não se importa mais. As vezes ainda bate um incomodo La no fundo por ter gente bisbilhotando aonde não devia, gente falando sem saber, julgando sem conhecer. Mas ela conviveu tempo bastante com esses próprios que condenavam ela mesma, que ela sabia que eles não queriam saber se a historia era verdadeira , não queriam saber o motivo das atitudes dos outros. Não , eles só queriam uma boa historia para se entreter e alguém para condenar, e assim sentirem melhor com eles mesmos.
Que se entretenham então, com as historias dela. A pessoa que Samantha sempre foi por dentro, ou pelo menos sempre quis ser, foi liberada aos pouquinhos sem ela perceber, e ainda está sendo, sem pressa, sem agonia. Ela agora só obedece a sua consciência e de mais ninguém, se importa apenas com o pensamento dos pais,e das pessoas que já mostraram a ela que estão ali para o que der e vier, as poucas que ela confia e ama.
Que pense os outros que suas atitudes são feias,que esta gorda, que os namorados que ela arruma a medida que a vida passa são esquisitos,que criem apelidos pejorativos que são falados longe de sua presença, que falem que a musica que ela tanto gosta , é de gente revoltada,de gente antiquada, de velho. Que alguns amigos que ela tem não prestam: são estranhos,vagabundos,chorões,dramáticos,galinhas,viciados,pobres e estranhos. Todos que nem ela.
Samantha aplaude então a todos os defeitos verdadeiros que aceita nas pessoas como são, que outras pessoas aceitam como ela é. E um sentimento nada mais que ignorância aos que falam o que querem, aos que julgam , aos que inventam defeitos e mais defeitos.
Samantha então , depois de pensar tudo isso narrado aqui em cima, deitou-se sentindo-se incrivelmente bem com ela mesma, tão leve, tão limpa de consciência, fechou os olhos e agradeceu a força maior que toma conta de todas as coisas, por fazê-la entender. E dormiu.

Cristiana Drumond. 

domingo, 22 de janeiro de 2012

Filosofa de botequim.



— Não gosto do tempo assim , ameno, sabe ? — Ela disse, olhando para o céu azul que raiava lá fora através das janelas do restaurante.O sol brilhava, mas ventava bastante retirando o calor do ambiente.  
— Eu gosto. É o melhor tempo que tem, a gente não senti frio, tampouco calor. — Ele respondeu com um sorriso.
— É por isso mesmo que não gosto. Não gosto de nada mais ou menos.
— Como ?
— Mais ou menos. O tempo ta mais ou menos. Eu gosto de frio que faz a gente tremer e se agasalhar com várias blusas de frio grossas, da chuva forte, da neve caindo, de esquentar o corpo com um café bem quente. Gosto também do calor. Do calor escaldante, que faz suar, aquele calor que você procura uma praia , uma piscina ,uma ducha gelada para refrescar, o que tiver ao alcance. Entendeu ?
— Acho que sim.
—Sim, ou acho que sim ?
— Sim. Sim.
— Que bom. Porque acho que sim é outro mais ou menos. É uma incerteza, sabe ?
— Ah , é ?
— Aham. Veja bem, você não tem certeza que sim, você apenas acha. Pra mim só devia existir o sim ou não. Acho é só achismo. Entende ?
— Acho é só achismo. — Ele repetiu. — Tipo, sem certeza, né ?
— Achismo é só uma especulação. Não quer dizer que seja verdade.
— Entendi.
Ela sorriu.
— Acho que essa foi a conversa mais estranha sobre o tempo que eu já tive. Pelo menos a conversa fluiu bem , fugiu dos clichês de falta de assunto. — Ele sorriu.
— A conversa nem sempre flui muito comigo.
— Não acredito, você é tão bonita.
— Bonita e fechada. Beleza não Poe mesa, já ouviu ?
— Eu chamaria de misteriosa. E beleza ajuda a por a mesa — Ele disse com um sorriso malicioso, arrancando uma gargalhada dela.
— isso de a beleza ajudar a por a mesa que você disse, não faz sentido nenhum.
— Sem ofensas, mas você não faz sentido nenhum,minha querida.
— Só porque eu não gosto de mais ou menos ?
— Basicamente.
—  Então nem te conto o resto sobre mim, se não você vai fugir.
— Eu não me assusto tão facilmente, ainda mais com mulheres. Mulheres não me assustam. Só algumas.
— Tenho medo de entrar para a lista.
— Não tenha, as da lista são as mais interessantes.
— Você não perde uma!
— Eu ainda estou curioso com o negocio do mais ou menos. Você não gosta de nada, absolutamente nada mais ou menos ?
— Não .
— Então você prefere ficar muito triste á ficar mais ou menos triste ?
— Existe mais ou menos triste ?
— Claro que existe. Veja bem : você esta triste por causa de uma coisa, mas feliz por outra.
— Então a coisa pela qual você esta triste não te deixa realmente triste. Só parece tristeza. Mas pode ser só decepção ou cansaço ou qualquer outra coisa disfarçado de tristeza. Acredite em mim , tristeza te deixa realmente triste. Te faz chorar, ate te oculta a felicidade. Não existe isso de mais ou menos triste.
Ele a olhava com uma expressão confusa.
— Ual, nessa você me pegou. Mas ainda não estou totalmente convencido. Me diga, o morno, é mais ou menos ?
— É.
— Então você prefere um banho gelado ou fervendo á um banho morno ?
— E essa foi a sua vez de me pegar. Você ta certo, dessa vez.
— Me sinto incrível.
— isso é sarcasmo ?
— Não. Você não gosta de sarcasmo ?
— Na verdade eu gosto. É humor inteligente. Irrita as vezes, mas eu gosto.
Um momento de silencio se sucedeu.
— Quer voltar pro mais ou menos ?
— oi ?
— O assunto , o mais ou menos.
— Tá bom.
—Então me conta mais de mais ou menos que você não gosta.
— Deixa eu resumir pra você : Gosto do intenso. Do anormal, do encantador. Não quero metades. Aturo coleguismo por puro social. Gosto de quem gosta de mim, não gosto de quem não gosta de mim, ou seja não quero fingimentos. Quando choro, choro de mais , quando rio , rio demais. Quando bebo provavelmente fico totalmente bêbada, por isso na maioria das vezes não bebo. Ou chuto o balde completamente ou fico quieta. Tenho felicidade tão grande que chega a irritar as pessoas, tenho melancolias tão grandes que beiram a depressão. Crises nervosas com ânsia de vomito estão inclusas no pacote.Brigo de gritar, mesmo sabendo que quem grita só quer se impor e perde a razão.  Nada mais ou menos. Só o banho de morno. Morno é chato, é comum. Não quero ser uma pessoa comum.
— Você definitivamente não é comum.
— Me abrindo com um estranho, você deve me achar louca.
— Não sou um estranho.
— Não, imagina , é só o cara que eu acabei de conhecer batendo acidentalmente no meu caro e que estranhamente me ofereceu um almoço. E já que nos já decidimos que cada uma paga o concerto do seu carro,começamos a falar do tempo e aqui estamos. Então , não você não é um estranho, e eu não sou uma louca.
— Quando você chuta o balde completamente você deve ficar. — Ele riu. — Queria ver isso um dia.  E ai está seu humor inteligente, mais conhecido como sarcasmo.
Ela riu.
— Não te acho louca não. Muito menos comum. — Ele se inclinou um pouco mais na mesa em direção a ela — Deixa eu adivinhar outra das suas atitudes intensas : Nunca se abre, ou se abre de mais.
— Na mosca.                                                                               
Ele olhou para o relógio.
— Meu horário de almoço acabou, tenho que voltar ao trabalho.
Ele pediu ao garçom uma caneta, pegou um guardanapo e escreveu um numero com oito dígitos.
— Eu gostei tanto do seu, digamos, estilo de vida, que eu vou deixar meu  numero aqui com você, pra você me ligar, pra me ensinar a viver assim , que nem você , quem sabe.
— É, eu te ligo. A maioria dos homens fugiria de mim depois de uma abertura problemática que nem essa.
— Não achei problemática. E a maioria das mulheres ficariam inseguras de me ligar, mas já que você não é comum ...
— Deixa comigo, eu ligo. Já que você não fugiu até agora, deixa eu dizer mais uma coisa, prova de fogo.
— Diga , estou pronto.
— Pra mim não existem romances mais ou menos, ou é intenso, ou pule fora. Ou eu pulo fora. Não gosto muito de paixões , prefiro amor.
— É, eu já imaginava. Acho que eu estou entrando em território desconhecido, mas vou tentar.
— Você me surpreende.
— Deve ser difícil ser surpreendido, quando geralmente é você quem surpreende. Acho que eu tenho um termo que define você e que não usa a palavra louca ou intensa.
— E qual é ?
— Encantadora filosofa de botequim.
— Não sei se gosto.
— Não cabe a você gostar ou não. — Ele disse , já de costas , seguindo para o trabalho.
O resto da historia, você já pode adivinhar. 

Cristiana Drumond.

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Doce Amargura.



Um dia eu acordei assim , meio que precisando sorrir mais  pra vida. Disseram-me que um dia sem sorrir é um dia desperdiçado. Acho que concordei. Eu valorizo muito minhas lagrimas, mas não estava percebendo o valor real do meu sorriso. Talvez seja porque a gente as vezes ri a toa, e nem percebe que está feliz. As vezes agente se força a sorrir quando quer chorar. Quando bate a tristeza que vem um tornado dilacerando e explodindo em pensamentos a muito já guardados, sentimos falta daquele riso que foi tão corriqueiro que passou e agente, nem viu.
E então eu prometi, prometi pra mim que não me abalaria mais com certas coisas, que não deixaria nada que não fosse realmente importante,com uma importância bem grande  mesmo, me afetar mais. O mundo te joga pra baixo,  ta individualista mesmo, e  ta na hora de acordar pra vida minha filha , foi o que eu disse pra mim mesma . Falei que eu podia ser jogada no chão , mas que seria muito difícil alguém me machucar.
Ai , boba eu , tão boba eu e meu coração mole, que toma dor dos outros,que esconde a sua dor , que nem consegue lidar com a próprio ferimento formado dentro desse mole coração. E o tempo passou , e nada mudou.
 Sabe quando você se perde em você mesmo, cria promessas que você não consegue cumprir. Antes fosse promessa aos outros , porque estas , geralmente agente cumpre. O difícil é cumprir  promessas feitas por nos mesmos para agente mesmo. Aquelas que deixam parte do destino nas nossas mãos, que mudam diretamente nossa vida, sem correr o risco de ter uma interferência chata de alguém.
Você não controla o mundo, mas o mundo também não controla você. O meu tanto contestável de fé , percorre caminhos a procura de respostas. O meu tanto de fé reza e pede por paz e força.  Cansei de pedir amor , por enquanto. Não é que eu não queria amor , não , eu quero sim. É que parece que amadureci alguns anos em uns dias. Percebi que eu sou muito nova para sofrer por quem não merece,  e não digo isso referente a paixão não. Digo isso referente ao mundo em meu redor.
Ta tudo tão pesado , ta tudo tão amargo , tava difícil de levar uma coisa, que nem era pra levar, era pra eu me deixar levar. To preocupando de mais , mas to querendo me deixar lambuzar, mas também já não quero extrapolar na sujeira,  quero a minha consciência limpa para poder me orgulhar. Orgulhar a mim, e a mais ninguém, porque temos que viver pela gente , por a gente, fazendo as coisas de acordo com a nossa consciência, porque o que uma outra pessoa vai pensar, e vai falar de você , na verdade nem interfere diretamente na sua vida. E se interferir , vai ser uma coisa tão pequena que você nem vai perceber, e muito mais importante que isso, não mudar quem você é. Pelo menos, não vai mudar quem eu sou.
Tá ai , outra coisa que eu acho fácil de falar e difícil de fazer. Mais uma promessa a cumprir, mais uma oração com o meu tanto limitado de fé que só tá crescendo, que tá resultando em força imensa que eu nem imaginava que eu tinha. Vou falar agora, para o meu mole coração, que ele vai poder continuar mole, mas ele vai aprender a valorizar mais as alegrias, vou falar pra ele, que ele tem que sorrir mais, sem modificar a sua essência. Porque eu tenho orgulho em dizer que podem tirar tudo de mim, mas nunca vão  poder me tirar o que eu sou.
E só de uma coisa eu sei agora: que cada linha que eu escrevi , eu me esvaziei , e vou me esvaziando mais. Esvaziando de amargura, de preocupação e até de arrependimento. O arrependimento ta indo embora também, porque ás vezes agente faz coisas sem querer,sem pensar , recebemos também gestos e atitudes que não não merecíamos, talvez nem seja por maldade, talvez o que recebemos também tenha fugido do controle da pessoa, como uma vez fugiu do nosso. A gente magoa, e é magoado. Decepciona e é decepcionado. Tudo é uma via de mão dupla. É Deus fazendo a sua justiça suprema aqui na terra mesmo, voltado pra cada um de nós , o que um dia fizemos ao outro.
O caminho é esse, tem você cheio de altos e baixos , tem você colhendo tudo o que plantou, tem você rindo de uma dor que já sentiu e tem você chorando por algo que nunca pensou que fosse chorar. Tem gente que faz mal pra gente, tem gente que faz bem.. Apesar de tudo de ruim dessa vida maluca, ainda vejo doces que compensam o amargo. Agora eu vou , de novo , com força me jogar nesses caminhos da vida. E que seja doce.

Cristiana Drumond. 

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Liberta de Emoções




O que é inspiração? Eu me perguntava sem parar nesses dias para trás.
A minha só aparece quando estou triste, os melhores textos, sinto em dizer que escrevi chorando. 
E de repetente pá. Eu me encontro numa onda de felicidade e alegria que me levou pro céu, e eu aproveitei. E então quis escrever.
A página do Word teimava em ficar em branco , escrevia, apagava. De novo e de novo. A felicidade levou minha inspiração embora? Levou.
E tudo que passa na minha cabeça são assuntos bobos, a história do livro que estou lendo, a sandália que comprei  e o programa que eu assisti na televisão.
Cadê a profundidade que eu via nas coisas, cadê as análise que ninguém entendia,cade as minhas citações na maioria das vezes ignoradas pelas pessoas? Cadê o único talento meio sem importância que eu sempre achei que tive? Desesperei.
E então eu queria ficar triste. Comecei a me achar profundamente estranha. Nem uma paixão momentânea me movia nem uma tristeza amorosa e nenhuma solidão palpitava no meu coração. Ele estava vazio, assumido, desapegado e eu não sentia falta nem de amar, de ser amado e nem de sofrer. Assim vazio, estava feliz. E ainda está, sem carência, somente alegre.
Eu não sabia nem porque da minha alegria, faltava stress, faltava sentimento para com o mundo, nenhum motivo pra alegria e lá estava eu, boba feliz a sorrir e cantarolar.
Não reclamo não, na verdade durou muito tempo, e ainda está durando. Nem ouvir as músicas que me faziam derreter ou os filmes que já me fizeram chorar e refletir não me tiraram o sorriso sem motivo do rosto. Faltava drama, e no final do dia eu estava bem.
E então eu resolvi escrever sobre a única coisa que estava me incomodando: a falta de escrever, só para não perder o costume, usada como droga pra me aliviar, a minha válvula de escape que eu não estava precisando utilizar.
E saiu isso aqui, esse texto sem amor, sem drama, sem tristeza e que eu não sei ainda se gosto.
Agora,  deixa-me ver quanto tempo vai durar a minha cabeça sem viajar loucamente e sem inventar dramas e tristezas. Vamos ver quanto tempo vai durar a felicidade sem motivo aparente, e como eu vou me virar sem tempestades de emoções distintas. Acho que está surgindo uma nova eu, ou pelo menos uma nova fase, mais leve, mas livre, nem precisa falar que mais feliz. Mas eu ainda não decidi se isso tudo é bom, ou ruim. E agora só me resta colocar o ponto final aqui com um sorriso imbecil no rosto. 

Cristiana Drumond. 

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Borboletas para sempre.



Eu queria mais amor. Mais frio na barriga , mais vontade de te ver. Queria borboletas no estomago, queria gostar de você.
Sempre achei que eu era a que amava mais do que era amada. Sempre achei que dava demais e recebia pouco.
Não acho mais.
Parece que o sentimento vazou , saiu de fininho e não volta mais. Acabou a sintonia. Assim , do nada
.E então , começo a enxergar outros rostos , outros amores , outras cores. Aonde eu só via você. Aonde eu só via você , agora vejo outros. Outras possibilidades e imagino outras situações. Porque ? Porque isso agora ?
Ah , eu não sei a resposta.
Veio natural , como uma brisa do mar , assim do nada , simplesmente aconteceu, sem força sua , sem muita vontade minha . E vai embora do mesmo jeito que veio , assim serenamente.
Sem estardalhaço , sem dor de cabeça , sem choro nem vela. Só assim , foi embora e não volta mais .
Quase não precisa de declaração oficial de termino, nem precisa. Nem pra mim , nem pra você.  Não foi desgaste, não foi amor, não foi falta de tentar. Foi , só foi embora sem avisar.
Agora eu quero as tardes de domingo chuvoso com outro alguém ,quero filme de terror agarrando outro braço,quero fim de festa beijando outro.
 Queria mesmo , era  saber  compor musicas para cantar a alegria de ser livre. Queria cantar o mundo de possibilidades que me espera, queria descrever o que é liberdade.
Ah , se eu soubesse compor , comporia uma musica pra você , tão mais amigo que paixão , tão mais risos que tristeza , tão mais irmão do que amante. Me ensinou mais do jamais poderia imaginar  , aprendi a não atropelar. Aprendi o que é ser na paz . Mas faltou emoção.
Meu defeito  protuberante se mostra radical : Não sei viver sem drama , não sei viver só de alegria , porque sem tristeza , não parece que tem felicidade. Não sei viver com o igual , muito menos com o combinando , fica chato , fica monótono . Gosto de surpresa ,, do incerto, de ficar atônita.
Um dia , talvez , a segurança seja desejada por mim, mas , por enquanto , eu quero o incerto , o medo , o mistério . Quero frio na barriga e borboletas no estomago.
Quero muitos amores , quero muitos sabores . Quero sim , quero até eu encontrar o perfeito para mim . E então , não sei como , vou saber . E vou parar com a procura , porque as borboletas e o frio na barriga,vão ser eternos , para sempre , todos os dias brotando ao ver aquela mesma pessoa. 

Cristiana Drumond.  

sábado, 27 de agosto de 2011

A caixinha de sonhos


Não saber direito o que faço e nem o que sou já é fato mais que consumado . Me vejo rodeada por um mar de pessoas e emoções. Ondas e ventos que levam as coisas para a ordem errada , em um lugar errado na hora extremamente errada. Sou bombardeada e cortada pelas rajadas de ventos que atrapalham todos os planos pensados calmamente e perfeitamente elaborados como metas já postas em execução.
Acredito em muitas coisas , acredito no destino . E em Milagres . Mas o assunto que me confunde e me embala em pensamentos que ficam em movimento rápido e Constante sao essas rajadas de ventos e ondas que surgem do nada em forma de um problema , fato ou pessoa e me vejo perdida , mudada , com os planos alterados de um dia para o outro.
Cada pequena decisão tomada , a onde ir , sair ou ficar em casa , redirecionaram tempo e espaço me fazendo estar hoje em um determinado lugar onde conheci determinada pessoa que assim sem querer entra na vida da gente e muda tudo , de um jeito bom , as vezes de um jeito lastimado , um jeito escandalosamente horrível .
O que o destino fez ou reservou já está feito , nossas decisões juntamente com o movimento do mundo é que nos largaram ali , depois de passar por todas as tristezas , as faltas e os exageros.
Achar que tudo não deu certo  exclusivamente por causa da sua incapacidade  .Nao é verdade .  não decidimos se vai fazer sol ou se vai chover , do mesmo modo como não decidimos por outras pessoas a nos aceitar , a nos amar , a fazer exatamente o que deveriam fazer para que nossos planos metas e sonhos dêem certo .
Já tive milhares de sonhos dilacerados , outros guardados para mais tarde , alguns ate já  enterrados e escrito na lápide IMPOSSIVEL em letras garrafais, e claro , tenho alguns realizados. Os impossíveis apenas por serem passado e exclusivamente não me interessam mais , apenas por isso que foram deixados de lado . Os dilacerados foram por outras pessoas , pois nem se eu quisesse , poderia os realizar sozinha.
Os guardados para mais tarde contam com beleza e grandiosidade da esperança . Outros estão  chegando de mansinho e tomando espaço na caixinha de sonhos que sempre cabe mais um. E muitos , ainda virão.
Contar com a sorte , com o destino e esperar um milagre nas horas impossíveis e doloridas são coisas que deixam a vida mais bonita . Fé , força , esperança. Sem estas três palavrinhas tão corriqueiras mas significativas eu não teria o orgulho de ser quem eu sou , não veria a vida bonita como consigo ver . Caio e levanto , levanto porque a esperança impulsiona , a fé me faz sentir melhor por acreditar e me dá a força que me proporciona o lutar e continuar .

Cristiana Drumond